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Como o surgimento do legal design muitos outros termos vieram junto: visual law, direito visual, law design… E aí surge uma questão: esses novos termos existem ou são frutos de uma confusão ?
Você também tem dúvidas em relação a esses termos e quer saber tudo sobre esse assunto agora mesmo?
Se sua resposta for “sim”, criamos este conteúdo para que você entenda exatamente o que legal design, visual law e direito visual significam, se existe e qual a correlação entre eles.
Vamos lá?
Legal design: o que é
Para começar, vamos explicar o que é Legal Design. Em linhas gerais, o legal design é a aplicação de princípios e elementos de design e experiência do usuário na criação e na elaboração de produtos e serviços jurídicos.
Algumas pessoas acreditam que legal design seja a aplicação do design centrado no ser humano ao universo do Direito com o objetivo de tornar os sistemas e serviços jurídicos mais centrados no usuário, para que sejam úteis e satisfatórios. Essa definição está descrita no Law by Design, da Margaret Hagan.
Além disso, essa é a terminologia mais usada no mundo para se referir à aplicação do design na área jurídica, exceto no Brasil, conforme imagem abaixo:
Fonte: google trends
Visual law – ou direito visual – : o que significa?
O termo Visual Law – ou Direito Visual – vem crescendo no Brasil, mas esse crescimento vai na contramão do uso pela comunidade global.
Quem defende o uso desse termo, alega que o direito visual seria uma subárea do Legal Design, que trata da inclusão de recursos visuais em documentos jurídicos para melhorar a compreensão do conteúdo e oferecer uma boa experiência ao leitor.
O processo e definição do Visual Law é parte da dinâmica e movimentação feita no Legal Design, que também é uma área visual. Se utilizarmos recursos gráficos durante o processo da prática do design, nos parece inútil criar um campo separado chamado “direito visual”.
Entendemos o direito visual como uma forma de pleonasmo, representando o uso inadequado de uma língua estrangeira. Em uma tradução literal para o português, visual law seria algo como “direito visual”. Então, o uso de recursos visuais nos documentos jurídicos. Contudo, o termo não faz sentido, pois os recursos visuais também são utilizados dentro do próprio Legal Design; dividir os dois seria impossível.
Ou seja, o visual law abordaria apenas a parte estética do documento, seria para deixá-lo mais “bonito”.
Entendemos que essa forma de pensar vai contra a lógica do legal design, que foca na funcionalidade, sendo a harmonia estética um meio para tornar o documento funcional.
Qual a diferença entre Visual Law e Legal Design na prática?
Na prática, aplicar apenas o visual law em um documento significa apenas alterar a parte estética, como inserir ícones, imagens, infográficos, linhas do tempo, fluxogramas… sem qualquer preocupação com o usuário final.
Por outro lado, quando estamos falando da aplicação do legal design significa fazer um documento que o destinatário final vai entender. Isso implica a alteração do texto – quando necessário – para uma linguagem usada pelo leitor e a inserção de elementos visuais para ajudar a compreensão do texto.
Direito visual é Legal Design
Usar apenas recursos visuais não é garantia de que os seus documentos serão bem feitos, fluidos e facilmente compreensíveis.
Em vez disso, é importante considerar a perspectiva do usuário e outros fundamentos do design jurídico. Usar recursos visuais apenas para tornar um documento mais apresentável (apenas para aparência) é inútil porque não agrega valor prático ao seu documento e a experiência do usuário.
Em outras palavras, de nada adianta a aplicação do Visual Law ou Direito Visual se não tornar o documento compreensível.
Design não é só estética
Design refere-se ao processo criativo pelo qual a ideia de um produto toma forma na mente do designer. Como o design significa a concepção de um produto no que se refere à sua forma e função, o uso do termo “legal” faz com que o termo “design” passe a ser qualificado para o Direito, sendo a forma mais adequada e completa de se referir a prática.
Ou seja, Legal Design refere-se à imagem mental de um produto/serviço/documento jurídico em termos de sua estrutura e finalidade.
A aplicação do design no mundo jurídico vai servir também para demonstrar que os processos legais não precisam estar associados à burocracia e não são necessariamente chatos.
Portanto, o Legal Design é um grande aliado para melhorar a experiência do usuário jurídico e transformar a forma como as pessoas lidam com o Direito.
Fundadora e CMO na Bits Academy, onde ganhou os prêmios do Startup Awards e 100 open Startups. É presidente da Comissão de Legal Design e Visual Law OAB/PB. Possui mestrado em Portugal, é advogada e professora no INSPER e na Bits Academy. Autora do livro: “Transforme qualquer pessoa em cliente”. Foi listada como uma das líderes de comunidade de startups do Estado da Paraíba em uma pesquisa nacional realizada pela ABStartups . Ela também foi Coordenadora de Novos Negócios na Vá de Táxi e fundou o GFM.